A captação da caderneta de poupança ficou negativa em janeiro

A captação da caderneta de poupança ficou negativa em janeiro, na maior perda desde abril do ano passado. Segundo dados do BC (Banco Central) divulgados hoje, as retiradas de recursos do que é considerada a mais tradicional modalidade de investimentos superaram os depósitos em R$ 486 milhões --em abril, o saque havia ficado em R$ 1,84 bilhão.

Os depósitos em cadernetas de poupança são uma das fontes de financiamento para a compra da casa própria. Assim, maiores depósitos significam mais crédito para o setor habitacional. Os números do BC incluem também a poupança rural.

Ao todo, em janeiro foram depositados na poupança R$ 77,04 bilhões e sacados R$ 77,52 bilhões, o que resulta em saque negativo de R$ 486 milhões. Assim, o saldo total aplicado no fim de janeiro em poupança somava R$ 271,6 bilhões.

A perda em janeiro é considerada normal, uma vez que a população está mais apertada com gastos extras, como pagamento de dívidas das férias e festas de final de ano, impostos de automóveis (IPVA), imóveis (IPTU) e custos educacionais (material, matrícula). Em janeiro de 2008, porém, no embalo das captações recordes de 2007, a poupança registrou entrada de R$ 1,184 bilhão.

Em dezembro do ano passado, a captação havia ficado positiva em R$ 5,39 bilhões, e em novembro, em R$ 2,503 bilhões --a principal explicação foi o pagamento do 13º salário. A modalidade fechou 2008 com captação líquida positiva de R$ 17,6 bilhões, queda de 47% ante entrada de R$ 33,3 bilhões em 2007, ano de volume captado recorde.

Crise

No ano passado, a poupança perdeu competitividade para aplicações como renda fixa e CDB's (Certificados de Depósitos Bancários), já que a elevação da taxa básica de juros pelo Banco Central eleva a remuneração das últimas opções.

As aplicações em poupança são corrigidas pela taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês. Em 2008, assim, o rendimento foi de aproximadamente 8%, enquanto o de fundos de renda fixa (que cresce com a alta dos juros) ficou na casa de 12%.

Agora, com a expectativa de queda dos juros para fazer frente à crise mundial e estimular o consumo, a poupança deve voltar a ter depósitos crescentes, já que para aplicar na modalidade o poupador não precisa pagar taxa de administração ou IR (Imposto de Renda).

Fonte: Folha Online

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